segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Arca de rimas perdidas.

Parte 1 (18.12.2008)
Tenho me colocado a pensar sobre despedidas e todas essas cenas em que atuamos cedo ou tarde. Obviamente estou nostálgica, e quase chorosa. Ao contrário do que possa parecer, nem sempre estou apta a dizer adeus, mesmo que não seja prematuramente, ou que seja. Nem sempre é fácil calar o sangue, as emoções e deixar a mente e toda a possível sensatez predominar. Não foram raros os casos em que me envolvi e que depois me exigiram um adeus, sereno algumas vezes, precipitado e apressado, noutras. Na verdade, coloquemos o verbo ‘exigiram’ no presente, porque é a isso que me refiro e é a isso que me dôo. De doer mesmo, mais do que de doar, se é que consigo expressar-me. Não sou muito de demonstrar sentimentos e de externar lágrimas, digam que luto contra minha natureza feminina, ou até humana, mas não é isso; é quase natural. Não me nego, não renego, não renuncio, mas estes são os fatos e os sentimentos por trás dos fatos.
Não me orgulho das minhas insensibilidades ou das minhas inabilidades sentimentais, pelo contrário. Escrevo agora, talvez, na intenção de redimir-me um pouco, buscando mais afeto nas minhas palavras e nas minhas futuras tentativas. É claro que choro, pequena e desafetuosa, você ou um comum qualquer diria (julgaria?), mas choro. Ainda agora tinha lágrimas de saudade nos olhos. Lágrimas de devaneios, de pré-nostalgias, de quase despedidas.
Grande defeito meu, ficar antecipando as partidas, os adeuses e o que mais estiver por vir. Não é que doa-me antes, mas fico a remoer antes mesmo dos fatos serem fatos, consumados. Talvez sim, sofra antecipadamente, mas não sempre. Sou mais dramática e dissimulada do que sofredora, confesso.
Fico a relembrar os bons momentos, como se já estivessem distantes e me dou o direito de sentir saudade. “Como se tivesse do que sentir saudade, tão infantil”, pensas, talvez. E o que mais merece esse sentimento do que a infância? A minha merece e o tem, como nenhum outro momento. Pouco sei do resto, e não me bastam as impressões ilusórias que capto no caminhar, tantas vezes errante. O resto está aí, acontecendo sem que precise me mover, mas isso seria estancar, des-prezar. E eu prezo o que passou, o que passa deixando cicatrizes, o que aprendi, o que construí. Construí? Pretensiosamente, sim, e nada demais. Mas sentirei falta e não nego as minhas lágrimas, futuras ou passadas, ou as que caem agora, as que se formam agora para daqui a instantes surpreenderem-me.

Parte 2 (29.12.08)
A realidade está no que aprendi, no conhecimento que nunca é em vão. Os meus devaneios mantenho aqui dentro, ou no máximo, cuspo em fragmentos. Não foi a primeira, não há de ser a última despedida, forçosa ou não, definitiva ou não. Aí é que eu me coloco a questionar as injustiças que me vêm. Tento e não sei se falho pela insignificância de minhas tentativas ou se pela minha própria. Não sei se sou pouco levada a sério ou se não me faço ouvir o suficiente. Não sei como consertar(-me).

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Displicência infantilóide.

Deixei para trás meus passos apressados. Não recuperei a candura. Nem mesmo sei se gostaria.
Abandonei as culpas cotidianas e quis não mais procurar as respostas que não me cabem. Aumentar minha confusão interna, que externo aos poucos, não deixando que a ordem prevaleça demais. É necessário uma pequena destruição vez em quando, um bocado de caos. Inevitável.
Há cada vez mais nostalgias surgindo, o tempo acumulando. Noto pequenas pedras no meio do caminho, sem metáforas, que se não irão atrapalhar, ainda não dizem a que vieram. Também eu não digo. Não me mostro e teimo em buscar o novo, quase nunca alcançável. (Talvez seja amante da utopia, secretamente.) Boto-me a não planejar, para que não esqueça de viver, mas pergunte-me se ainda assim vivo. Vivo? Não sei.
É bem verdade que cansei dos meus moldes, das minhas indagações já muito gastas e batidas, das reflexões que se não me esclarecem, também não transcendem e não agigantam. Não basta dar voltas em círculo, em ciclos, viciosos e pequenos. Buscar o real, o palpável e ainda assim plausível. Nem sei mais que buscar. Nem sei se quero, há quem diga que não leva a lugar nenhum, mas nem sempre os que se fazem ouvir são os que sabem realmente alguma coisa.
Não sei o que vai me marcar daqui em diante, o que vai fazer sentido e tampouco quais e quantas portas cruzarei. Parece discurso de "porralouquismo", mas não é essa a intenção; não há intenção (e mesmo assim consigo ser pretensiosa, que cretina). Talvez a quem me assista, pareça que martirizo-me muito e que falo mais do que deveria. Disse, dia desses, que não pretendo ser entendida por quem não me queira compreender e decifrar, e agora vejo o poder que há nessa máxima. Não apenas poder de afirmação, mas do que não se quer, do que se pode evitar. Basta estancar.
Interrogações demais e certezas de menos, ainda não cheguei ao ponto de aceitar qualquer coisa, culpas que não me pertencem, e a famigerada estabilidade. Esta eu faço questão de mandar para o raio que a parta. É claro que sou comum, que tenho ambições ignóbeis e que consigo ser dissimulada até demais. Infantil, correndo atrás de fantasmas, não para exorcizá-los, mas para que me contem algo de novo, que me tragam de volta as afirmações que já esqueci. Pretensiosa e irriquieta, eu sei, mas nada disso me traduz, satisfatoriamente. Não quero que haja tradução possível mesmo. Minha linguagem que nem eu mesma entendo e domino, ainda bem, em constante transformação. E por incrível que pareça, tenho esbarrado em tolices e tolos que me querem resumir a termos pequenos e sem significação. Querem resumir tudo à sua volta assim e fracassam brilhantemente; não olham para si. E depois pequena sou eu?

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Orgulho do paradoxo, distância não percorrida, ignorância ressentida.

Talvez eu apenas me iludisse, pensando que quando tudo passasse, as coisas ficariam mais claras e eu enxergaria de forma lúcida. Ao contrário, vejo-me só a fugir da lucidez. “Sumo e não assumo a minha lucidez”.
Permanece ainda a nebulosidade dos dias passados, nada mudou drasticamente, porque nem eu mesma mudei; não soube mudar, não soube por onde começar. Tudo muito atrelado, minucioso, e eu vou ficando para trás, perdendo aos poucos. A culpa é minha à medida que deixo os erros prevalecerem, e como deixo. Não mais retraio os meus instintos, de quaisquer naturezas. Não mais esqueço as vergonhas, nas minhas tentativas inábeis de cicatrizar tudo. Não desisto, apenas por ser inerente a mim, a tentativa, mesmo que subliminar e pequena. A minha mais pura pequenez.
Não acordei, e não deixei de sonhar, apenas parei de chamar os sonhos de sonhos. Chamo-os, ainda, de meus, mas troco de nome para não pisar em falso, para não esquecer.
Vejo as mudanças que não passam de artifícios para completar ciclos, sempre viciosos. E eu, sempre tão extrema. Extrema até quando procuro o equilíbrio, o meio termo. Extrema e limitada, que paradoxo. Só não me sinto uma antítese porque sou errônea demais para isso (e não porque seja humana demais, não é bem o caso). Não me deixei anestesiar ainda, ou é o que parece. Tenho um quê qualquer de consciência surda, que não precisa ser entendida por quem não me queira entender, decifrar, devorar. É preferível distanciar. Mas há os espelhos, há as vozes complementares, coplanares. E é então que há de se devorar tudo o que (con)vier, e há de se ignorar tudo o que não se decifra porque sequer conhecemos nossas rasas razões.

domingo, 2 de novembro de 2008

Omit myself. (novamente)

Quase não tenho mais a pretensão de ser lembrada. Escrevo por que então? Para não esquecer das minhas sensações, acho. Não perder aquele pensamento, aquela sensibilidade. Porque temo cair no lugar-comum e temo esquecer os detalhes dos meus outonos.
É muita pretensão querer ser pretensiosa sobre tudo, todo o tempo. Nem quando me sinto onipotente, consigo tal feito.
Nada me faz tão grande ou tão pequena assim.

A normalidade me aflige.

Permaneço eu, a olhar estes corpos como uma estranheza crítica, peculiar, como se fossem absolutamente excepcionais. Mas simplesmente são. Com suas roupas e cabelos excêntricos, interiores indecifráveis ou (por que não?) completamente normais.
E quanto a mim? Seria o contrário?
Eu e minha normalidade aparente, meu não-fumar, meus modos infantis, pensamentos oníricos, meus amores efêmeros e esquecidos, meu lirismo barato. Pareço normal, comum, não?
Do meu interior nem eu mesma sei. Mas há de ser comum, sem grandes aventuras, mais um querendo crescer para encontrar o mundo, o caos e tudo que falta para preencher as lacunas. Sempre as lacunas, sempre...
No fundo, sou comum e efêmera também. Só tenho esse olhar desconfiado e essa fome de tudo, que me encrenca e atiça as vontades. "Eu quero TUDO. T-U-D-O!", já dizia a Flávia de Millôr.

Por que consigo a façanha de manter um enorme sorriso no rosto? Por que mentir o tempo todo e sorrir sempre igual? Às vezes eu desejo ser mais fraca e desmoronar mais fácil, ver se encontro mais rápido o que me falta. O caminho. Se encontro, paro de viver. Será que cheguei a começar?
Querem nos jogar num mundo que não é nosso. Querem nos fazer engolir regras estúpidas que ninguém segue, ninguém sabe o que fazer. Querem nos empurrar pela goela múltiplas interpretações dos seus fatos, escarros e sujeiras. Mentem demais. Mentimos apenas.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O verbo desfaz a cor a mais e a dor é só por ver renascer.

Como são raras as vezes em que escrevo e transcendo as reclamações triviais e ao contrário, ponho-me a escrever e elogiar as coisas desta vida. São os dias em que vejo cores, descubro novos sentidos, novas almas em mim.
Não sei de onde venho.
Alcanço essas boas e confortáveis impressões em dias como ontem, inusitados e surpreendentes na essência.
Nada de extraordinário. Não vi o tal Deus, não matei ninguém, não desci ao inferno (pelo menos não conscientemente), não fui amada. Quinquilharia nenhuma.
Apenas aperfeiçoei minha visão e estive aberta a novas percepções, as quais agora tento prolongar ao máximo. Não busquei a liberdade como outrora, e a encontrei como nunca.
Mesmo que por alguns poucos instantes. Sentia-me dona, intrinsecamente dona de algo que não sei medir, e que seria um erro tentar transcrever em palavras. Era como se eu estivesse exatamente no lugar certo, correndo nos meus trilhos. Únicos, cínicos, tônicos, sólidos, meus.
Pude deixar-me levar, quase voei dentro de mim mesma, implodindo, numa noite também só minha. Tive imenso prazer em não hesitar, não me arrepender e não calar demais.
Corri, corri, respirei. Não busquei mais. Chegara ao fim. Exatamente como aquele fim que não tem fim e se transmuta em início, mantendo um ciclo perfeito e vicioso.
Quase me perdi para me encontrar. (dane-se a mesóclise, amigos)
Afundar em uma alma tão só minha, nova e que não precise de controles, alarmes e botões. Que me baste, consumindo uma a uma essas almas, ou todas juntas, numa impecável confusão de essências.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Quem tem alma não tem calma.

Pensava nas minhas decepções. Buscava, como sempre, meus porquês, seus motivos, nos mais ínfimos detalhes.
Tomei consciência de algo até então nebuloso: não sei fazer nada BEM, sem alma.
Soa bobo, clichê [sic], sei.
Não sou só alma, aliás, bem menos que isso, mas compreendi que não realizo nada quando não coloco alma naquilo. Não consigo ouvir música sem alma, quase sempre. Não consigo entender qualquer arte sem alma. Não sou capaz de reconhecer outrem quando a alma se esvai de mim. Sequer consigo me expressar quando calo a alma das coisas. Parece meio místico falar assim, dizendo alma, alma, etc o tempo todo, mas não é, nada disso. Tem mais a ver com a concepção das coisas, com profundidade (mesmo que minhas palavras pareçam extremamente superficiais).
Ao mesmo tempo, entendo que não sou a mais indicada para falar de alma, eu e toda a minha contrariedade, minha falta de bom senso e minha metamorfose [camuflagem?] de sentimentos.
Nos últimos tempos tenho questionado até onde minha tal alma irá nesses novos caminhos, nas minhas escolhas que não mais parecem tão certas assim. Pela primeira vez em muito tempo, descubro a dúvida.
Talvez alguém diga que são os hormônios, talvez digam que é uma fase. Eu digo que tudo é fase, que a vida é só fases nas quais você espera a próxima, porque talvez não seja nem capaz de passar dessa.

Sinto-me uma farsa. Mentira ambulante que não cansa gritar sem ter para quem. Não existe lucidez.
Acho que nunca menti tanto quanto agora. Não é que tenha perdido a graça, mas esse tipo de mentira enjoa fácil demais, perde o sentido de ser, perde espaço. Não cabe mais. O que é que me cabe agora?
Ficarei a vida toda vagando e fazendo perguntas, buscando onde enfiar minha alma. É cedo? Parece cedo para dizer? Insanidade? Nós não sabemos o que é vida... Mas ainda prefiro perguntar demais a calar. Não quero de sorte alguma ser apenas por ser. Mais uma anestesiada. Para que? Para quem?
Não existe lucidez.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

How can you mend a broken girl? Ou, como um perdedor pode vencer, ou ainda, como me convenci de que me basto.

Percebo minha pequenez, vou tomando suas dimensões, não tanto em seu aspecto físico, o menos importante, mas o que vai além dele, e ainda assim se mantém raso. É assim que me noto em quase todas circunstâncias; rasa e irrelevante. Não quero ser consolada com palavras que não fazem sentido e perspectivas de mudanças que nunca virão. Rasa e procurando pisar na realidade, nada além.
Que a ilusão é mais doce que a verdade, isso todo mundo sabe. Quanto a chegar a esta última e firmar-se nela, em certezas absolutas, aí já é outra história... Densa e difícil de levar a cabo, nos enganamos sempre.
Não sei por onde [re]começar. Se é que há o que fazer. Tinha expectativas e descobri que não me bastam, eram vazias e grandes demais para meu tamanho, meus princípios.
Novamente tenho a sensação inócua de cair num marasmo infinito, cheio de rostos repetidos, todos com a mesma voz e objetivo nenhum.
Novamente a mesma situação de autosabotagem. Será que eu mesma acabo com meus planos? Conscientemente? É o que parece, mas análises técnicas sobre como mato todos os meus projetos, um a um, não me conduzirão a outro lugar senão minha consciência vazia, um fundo de poço qualquer.
E é engraçado porque se em dado momento senti-me onipotente e certíssima de todas as minhas convicções, as quais não perdi por completo, no instante de um agora efêmero e inútil, sinto-me infantil, nitidamente pequena, em preto e branco, sem voz, sem qualquer coisa significativa. O ápice do descontentamento, do desespero mudo, da indiferença.
Depois de algum tempo, passado o estupor [que palavra!] inicial, volto a perceber-me tola e rio das minhas pretensões adolescentes, da minha confusão infantil.
Mas meu agora efêmero não quer saber de nada além do seu egoísmo máximo, das suas necessidades imediatas. Um instante, agora, imediato e corrosivo, nada definitivo.

domingo, 12 de outubro de 2008

Different names for the same thing.

Vejo que só falta um empurrãozinho pra eu me perder.
Mas daqui a pouco mudo de opinião, já já.
Fora, sol. Dentro, gelo.
Eram perspectivas, mais do que sonhos ou esperanças. Gostava de ver assim. E agora? O que é resta além da incerteza?
É uma densidade de vazio diferente, quase nova pra mim. Não sei como lidar, não sei o que fazer com a minha espera. Paciência que nada.
Hora certa que nada. Tempo que nada.
Não é urgência, pressa minha. Não é nem cobrança de responsabilidade, é só um rumo "natural" que eu me permito e quase obrigo a seguir. Ninguém está discutindo padrões, eu falo de coisas novas, experiências novas e absolutamente necessárias.
Algum tempo atrás reafirmei, aqui mesmo, meu sentimento quanto às minhas escolhas. Meus amores incondicionais e um tanto quanto turvos.
Ainda não sei onde chegar. Aonde.
Engolir montanhas de interrogações sem propósito não vai matar meus anseios, não há de calar todas as vozes, outras e tantas. Mania de querer encontrar solução pra tudo, coisa mais sem jeito. Nexo para quê? Verdades para quê?

sábado, 4 de outubro de 2008

O eterno ou o não dá.

Questiono-me. Que é isso senão disfarçar a dor ou o vazio? Ambos? Minto o tempo todo e escondo-me atrás de artifícios acima de quaisquer suspeitas?
Engano-me. Estou mentindo agora. Enganando-me agora. E sempre.
Acho a mentira atrativa não é de hoje. Amor perigoso e platônico. Eu diria que é quase um sadomasoquismo.
Sigo adiante com a arte de dissimular a dor e ainda assim tirar proveito dela. Felicidades que não são minhas [clandestinas? Minhas desculpas, Clarice], de origens duvidosas. Às vezes penso que desaprendi a técnica de transformar tristezas arrebatadoras em singelos sorrisos quase doces. Coisas que se perdem pelo caminho, mas não desisto de reaprender. Quem sou eu sem a dissimulação? Quem seria sem tristezas e sorrisos? Não vou me justificar como produto de um meio hipócrita. Nem como incorruptível e intocável. Devo estar baixando minhas guardas, sinto-me mais vulnerável e procuro desculpas fingidas para mais mentiras, para correr pra qualquer esconderijo. Finjo que não é comigo.
Disfarço a ociosidade, minha inércia permanente e sem experimentação. Não há progresso. A chuva vai continuar caindo [por quanto tempo não se sabe...], há o cheiro da terra molhada, as folhas caídas, as pessoas anestesiadas que não desgrudam de seus celulares, as urgências superficiais, as saudades passageiras, os desconhecidos íntimos e familiares, os fantasmas de todos nós...
O que chamam de vida continuará existindo, as decepções permanecerão, as hipocrisias que condenamos e adoramos praticar, os abismos não desaparecerão e o caos continuará predominando, tão silenciosa e sorrateiramente como um doce veneno.
[Isso não parece ir contra as minhas teorias egocentristas e egocêntricas? Minha opinião sobre isso não mudou nem um centímetro]

Não perco as palavras que sempre quis dizer, pois de fato nunca as possui. Não há encaixe, não há acordo. Não por imutabilidades, não que contrariar o óbvio seja impossível. Nada disso. Apenas não há. Quem foi que proclamou que existe algo além do vazio?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O mundo não acabou, minha loucura ainda é a mesma, minha crença sou eu e o resto é estória.

Recorrendo novamente ao meu velho e acomodado egocentrismo, tenho me visto em tentativas de formular teorias quaisquer.
Eu, o centro do universo. Meu nariz, e tudo girando ao redor dele.
Já reparou como as pessoas, num sentido geral, parecem [e se fazem] coadjuvantes? Estou sendo extremamente cretina, tudo bem, deixemos passar.
Coadjuvantes, personagens efêmeros da minha trama. Do meu filme, dos meus retratos e devaneios.

Por outro lado, descobri-me sincera e crítica observadora de quase tudo. [Documentarista?]
Passo a maior parte do tempo observando, analisando o alheio. Não pratico as ações, não sou a agente ativa dos enredos. Olho, documento, atento ao que vejo e formulo teorias que não servem para coisa alguma.
Dois opostos interessantes. Cada um a seu tempo trazendo diferenças e pequenas contemplações para agrupar meu emaranhado particular. Não precisa ser interessante, basta que seja meu, que seja único.

Tentando concatenar idéias, pergunto-me qual o meu papel nisso tudo. É cômodo dizer, mas me vejo como uma mutante que vai se moldando para poder roubar um pouco de tudo, de cada essência e tenta se adaptar à tudo, fazendo, na realidade, com que tudo se adapte à sua verdade. No caso [hoje e sempre] a minha verdade.
Ainda estou no superficial, no raso. Mas gostei tanto de ser o centro do universo, mesmo que em inércia, apenas assistindo, que não quero abandonar essas teorias. Quem sabe me aprofundo nisso. Fundo uma seita maligna qualquer e fico rica. Não, não, esqueça. Mas que eu não vou me deslocar sequer um centímetro do meu posto de dona, dominadora e de toda a minha supremacia, não mesmo.

domingo, 14 de setembro de 2008

Atento ao que sou e vejo, torno-me eles, e não eu. Não sei quantas almas tenho.

Andava pensando. Já fui pior. Já falei mais, já falei demais, já disse o que não devia. Reclamei demais, deixei de arriscar e fingi muito. Deveras. Ainda finjo. Já fui mais cega, tive a cabeça fechada e a visão limitada. Ainda tenho. Ignorei meus erros, andei na contramão. Mas hoje uma sensação agradável veio me fazer companhia. Sensação peculiar de gostar da minha vida nesse momento, de mim, desse dia. Influência desse sol de fim de tarde, de palavras alheias, de vidas que não são minhas, não são a minha.
Uma certa tranqüilidade invadiu-me, como se fosse bom estar aqui nesse exato momento, desse modo, com tudo assim, sem nenhum errinho, como se nada disso fosse equivocado.
Creio que logo passará. Tudo voltará aos seus modos costumeiros. Voltarei a falar demais, a rir muito mais do que saudável, direi coisas sem sentido. Mas agora é como se tudo estivesse perfeito, no seu lugar por excelência. Como se eu não quisesse estar em qualquer outro lugar além de aqui.
Fico feliz por não ter os problemas dos outros. Fico feliz até com o meu egoísmo exacerbado e com um hedonismo que de repente tomou conta de mim.
Não sei de onde vem. Mas acho que gosto mais de mim assim, menos irritada, mais pensante, mais do contra e mais susceptível, ao mesmo tempo.
Também não sei se quero deixar de sentir saudade, se quero me petrificar tanto quanto possível em nome de um orgulho que não sei onde me levará. Nunca deixei de ser orgulhosa, e egoísta, principalmente. Perfeitamente egoísta, com todos os defeitos cabíveis. O que é isso? Estou quase dando a receita de como se faz uma Amanda.
Esqueça, não serve pra nada.



quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Pedaços de silêncios perdidos.

De repente me ocorreu questionar o porquê de tanta nostalgia. Isto é, trata-se de saudade verdadeira? Será que o que passou é melhor do que todo o agora? Por que as amarras de um passado que num presente qualquer não pareceu tão brilhante agora se mostra tão atraente?
Gozado como o antigamente parece bonito hoje, como as músicas recorrentes daqueles tempos nem tão remotos assim agora carregam outras faces e significados, inspirando saudades, cheiros, toques. Tenho a noção de que daqui a algum tempo estarei invocando as imagens e lembranças de um hoje que se não me passa despercebido, não atinge tanto quanto poderia, não fere, mas sempre deixa marcas. Não queria ser intocável, insensível, alheia. Mas noto que não é de hoje essa minha tendência de remoer (não num sentido totalmente negativo) o passado em busca das mesmas impressões e olfatos. Tatear o que se foi com a mesma pressa daqueles dias. Apenas esqueço que passaram. Que não sou aquela mesma, inteira. Permaneço incompleta, mas em eterna mutação (quase parafraseando Clarice), o que me leva a crer numa forma incompleta eterna. E gosto de pensar que a eternidade sempre cede ao meu instante, agora sugando a genialidade de Millôr. Porque assim penso mais em mim, alimento meu egocentrismo aparentemente saudável e continuo a sorrir sem saber por quê. Preciso? Quase sempre fui a primeira a defender a racionalidade, mas esse excesso de razões e intempestivos porquês me incomoda. Basto-me sem alguns deles, deixando algumas lacunas no caminho. Buscar explicação para tudo é querer saber demais. Será mesmo? Gosto de querer saber demais e então lembro de Tarsila com sua antropofagia, eu com minha fome de tudo e mesmo assim deixando linhas em branco por não ver o suficiente, por perder tempo, por me afogar em razões e lógicas desnecessárias.
Refletir sobre o passado seria como resgatar os aprendizados anteriores, ou pura perda de tempo de alguém que não quer assumir o presente porque gosta de viver de lembranças? Existe equilíbrio entre tudo isso? Um pouco de cada, remoendo para crescer, desenterrando lições longínquas e buscando a intensidade [aparente] do passado no presente/futuro?

Não sei por que falo tanto sobre tempo. Não o aproveito como deveria, apenas vejo-o passar e se esgotar em minhas mãos. Somente observo. Não concluo, não completo, não traduzo, mas queria ser um pouco de tudo, conter todas as magias, encantos e abstrações que tanto me atraem.

domingo, 24 de agosto de 2008

Retrato do artista quando jovem

"Não servirei aquilo em que não acredito mais, chame-se isso o meu lar, a minha pátria ou a minha Igreja; e vou tentar exprimir-me por algum modo de vida ou de arte tão livremente quanto possa, e de modo tão completo quanto possa, empregando para a minha defesa apenas as armas que eu me permito usar: silêncio, exílio e sutileza."

sábado, 2 de agosto de 2008

lisérgico.

[01/08]
Parece mais complicado e estúpido do que realmente é. Pra mim, pelo menos, e é o que importa, já que é comigo, eu sinto, eu [não faço], eu destenho; e outros inúmeros eus que se fazem presentes por aí. Prefiro ver como sendo apenas um ângulo, um ponto de vista entre tantos. Mas há questões pessoais, intransferíveis.

Essa coisa das minhas paixões platônicas e efêmeras é uma delas. Que é isso de gostar de uma pessoa durante um dia inteiro, ou dez, quinze segundos, e no dia seguinte de outra, e no dia seguinte só gostar de si mesma? Seria assim tão intransferível a ponto de só acontecer comigo? Parece demais pra uma pessoa só, eu sei.
Mas acontece o tempo todo, não posso ignorar como se não fosse recorrente. Talvez nem seja muito importante, mas não posso ignorar o que me é recorrente. Como eu não sei falar de amor, deixo esse assunto de lado, vivo minhas amandices platônicas por pessoas diferentes a cada dia, e me mantenho cada vez mais instável.
Essas minhas taras, loucuras, psicoses, tiques, manias, vontades, meu absurdos particulares... E pra ser sincera, nada disso leva a lugar algum. Até agora, e digamos que o agora não se muda assim, tão fácil.
Já cansei de dizer por aí o que acho disso de falar muito sobre passado e futuro, planejar e esquecer de viver o tal presente. O tal. Aí é que está, eu falo mais pra mim mesma, porque não teria grande credibilidade pra dizer aos outros. Viver por intermédio da tecnologia, em frente à computadores e filosofias de meio-fio bloguístico é ridículo, convenhamos. Até aí, nenhum progresso. Continuo no mesmo lugar, criticando minhas próprias e conscientes ações, sem discordar cem por cento delas, mas ainda assim. Por que eu teria alguma "moral" pra falar disso, estando confortavelmente [nem tanto, esse escritório é frio e sonolento] prostrada em frente a uma tela? Eu também estou deixando de viver, de ler mais, de conhecer, de estudar e quem sabe crescer, buscando razões que talvez nem precisem ser explicadas, buscando entender coisas que não precisam fazer sentido. E para quê? Isso nunca vai parar, ainda bem; o que somos sem questionamento e dúvida? Já falei sobre a essenciabilidade da dúvida? Devo ter falado sim [presença constante da palavra essenciabilidade (descobri que o certo seria essencialidade, mas gosto mais de essenciabilidade) por aqui, mas não é à toa, creia].


devaneios do dia seguinte: hoje. o presente que já não existe mais.

Por que tanto tenho pensado na proximidade do meu aniversário? Não é algo importante assim, não tanto. Não há grandes festejos, não há liberdades a mais. Números e apenas isso. Um dia a menos. Talvez seja reconfortante pensar que ano que vem sim, fará diferença um dia a mais, um número a mais, mas não me obrigo a acreditar em mudanças radicais; o tombo pode ser maior, bem maior.

Não vou ficar esperando por mudanças. Esperar não é o caminho. E ninguém nos ensina o caminho, não é, caio?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Não há última esperança. Quem procura não acha. Criação é coisa sagrada.

"Zézim, ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos. E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo): “Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace ai anda”.

Zézim, vou te falar um lugar-comum desprezível, agora, lá vai: você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso. O caminho é in, não off. Você não vai encontrá-lo em Deus nem na maconha, nem mudando para Nova York, nem.


Zézim, remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente:

Sem últimas esperanças. Temos esperanças novinhas em folha, todos os dias. E nenhuma, fora de viver cada vez mais plenamente, mais confortáveis dentro do que a gente, sem culpa, é. Let me take you: I’m going to strawberry fields.
"

- Caio Fernando Abreu.

na íntegra: releituras

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O não e a precariedade.

Essas reflexões de meio-fio às vezes trazem algum resultado, mesmo que de início pareçam meio ilusórios. Na verdade eu acho tudo isso muito superficial. E você, que não sabe o que seria o meu "isso", é abstrato demais? Que continue sendo, abstraia.
Mas numa dessas, acabei voltando a um ponto já visitado. A discussão e impressão do não-pertencer. Talvez não passe de um sentimento que vai e volta sem dar explicações porque não deve ser cobrado, ou talvez seja só fruto da imaginação dos fracos que precisam ter em que se agarrar. Não importa em qual deles eu efetivamente acredito.
Mas negar, não.
Não nego.
É constante, o não-pertencer, não ser de lugar nenhum, não querer se entregar, não se encaixar, não se reconhecer no alheio, no que quer que seja, lá fora.

Diriam que é um sentimento comum à quase todos. Por que não inerente? É preciso se ter uma certa sensibilidade para [re]conhecê-lo, não?
Não duvido que se faça presente em cada vida por aí. Mas presença não é tudo.
Quem sabe não seja apenas uma tentativa minha de possuir um 'sentimento' que ninguém mais tem, pra me sentir única, ou coisa assim; sanar minhas carências.
Que seja. Ainda assim, isso não resolve a questão, não preenche o vácuo que resta. Sei que já falei sobre ter ou não talentos, dons, chame como preferir. Mas ainda me sobram dúvidas acerca da sua 'essenciabilidade', do quanto eu preciso de coisas desse tipo, do quanto me faltam.
Enquanto não descubro onde me encaixo ou como metamorfosear minhas falhas, vou me escondendo atrás dessas palavras, que não trazem conforto, mas aliviam e mascaram a solidão.


terça-feira, 22 de julho de 2008

contradizendo o óbvio.

Eu poderia falar sobre as noções do tempo. De como ele tem passado depressa, e eu não vejo e acabo não tendo certeza das minhas certezas inabaláveis.
Afinal, quais seriam meus limites?
Quem os define? Até onde ir? Acho que estou sendo simplista demais. O fato é que me esqueci o que ia dizer. Me contradizendo novamente dos meus últimos devaneios: será que não é melhor esquecer? Esquecer de forma conveniente não seria a essência da ignorância no seu estado mais puro e primitivo?

terça-feira, 15 de julho de 2008

amores e ângulos obtusos. porque aqui nada precisa fazer sentido.

É isso. É assim que vou, de um jeito ou de outro, [re]descobrindo e aumentando a minha paixão pela sétima arte. A arte da espera, da paciência. Não que seja inesperado, mas são sacolejos confusos que você leva até cair no lugar onde deve estar, e talvez nunca descubra que é o seu lugar. Ainda assim, não me precipito afirmando certezas irrefutáveis. Sem pessimismo e modéstia, é assim que é. Não me deixo levar sem preparo, mas não espero muito, não quero exigir o que não sei nem de onde provém.
Ao mesmo tempo, sinto um gritante sentimento de acerto, de aceitação própria de um caminho a desvendar, a conhecer mais, a, quem sabe, amar. Há muito deixou de ser uma euforia momentânea, paixonite efêmera. Mas o tempo passou rápido, nem vi direito como cheguei aqui com cada uma dessas idéias, sem conclusão, mas idéias que impulsionam e se fazem presentes. Com ou sem incerteza.
Como se fosse fácil responder, "que é que você quer da vida, afinal?"; e a vida o que quer de mim?
Dúvida sempre haverá. Eu não nego a sua essência em todos os processos, criativos ou não. "Essenciabilidade".

Diverti-me muito hoje. Poderia ter ficado mais tempo, nem o veria passar, não fosse a tontura/dor de cabeça por tanta exposição ao sol e holofotes, etc
É como a afirmação de uma escolha já antes certa, um quê de inquietação [porque esta também sempre estará presente, e se mostra em situações mais extremas] e certeza. Não é o florescer, é o re. Reinventar, reinovar, recriar, reacreditar.
Concordo no que tange à prática do cinema, é com ela que se aprende. A teoria me faz crescer, me mata pequenas curiosidades, é sempre conhecimento. Mas é com a prática que a coisa toda toma forma, tamanho, ganha identidade e documento.
Envolver-se nisso, mesmo que indiretamente, é um desafio e um experimento ótimo [e cansativo, mas isso é o de menos]. Doar-se um pouco para aquilo que você elegeu como a sua escolha, como parte fundamental da sua vida. No caso, da minha. Não é todo dia que alguém faz escolhas dessa natureza, mas o meu cada dia é assim.
Não me arrependo ainda, mas me desiludo quando necessário, para tornar as coisas mais palpáveis, reais à medida do [meu] possível. Talvez eu me contradiga dizendo que "eu sou eu e minha circunstância", como um dia disse Ortega y Gasset. Mas eu quero poder fazer a circunstância, torná-la minha e menos óbvia, dolorosa, mais proveitosa, fértil. Colocar mãos à obra e obter um resultado que possa chamar de meu, ter orgulho, aprender realmente e evoluir com aquilo.
Você desanima se não se descobriu ainda, se não sabe o seu lugar, o tal talento. Por que diabos pra ser bom você precisa ter talento? E se eu criar meu talento? E se ele se esconde de mim, conseqüentemente de todos? Então, o que é que fica? 'O que é que sobra?' [sei, essa frase tem sido recorrente... como se eu realmente me importasse só com os restos].
Gosto dos desafios. De não ter total certeza acerca do que está por vir, cedo e tarde, a gente querendo ou não. A incerteza é inerente à existência humana. Por acaso você imagina a vida sem ela? Qual nada, ou o meu pensamento é limitado demais e não vejo além dessas paredes.
Assim, desafio por desafio, espero me motivar, expandir as idéias pré-concebidas, e delas tirar o devido valor. Fazer tudo ao contrário, mudar para ir além, e começar de novo, por que não?

Se eu tivesse resposta pra tudo que me condiz, não estaria aqui na frente de uma tela, como se falar por meio de um monólogo à paredes virtuais fosse de extrema importância, atividade construtiva, e que fosse me render bons frutos. Não espero as respostas certas para as perguntas erradas. Simplesmente não espero. Nada. Quem sabe seja apenas pra não esquecer de tudo da próxima vez que eu fechar os olhos.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Hipoteticamente falando...

Engraçado. Eu ainda tenho aquela vergonhazinha desse blog. Ainda acho que me exponho demais e me sinto assim, meio nua quando me lêem. Talvez eu pudesse dizer que metade de mim, do que tenho por dentro, está aqui. A outra metade, parte é mais obscura, a qual escondo até de mim mesma, sem coragem de olhar, tampouco de externar; o resto, bem, o resto é o que todo mundo consegue ver, o superficial, talvez o menos importante mas que é o que fica aos olhos alheios.
E é estranho se ver assim, pensar que quase ninguém te conhece bem, que as pessoas apenas tem uma idéia de você e mesmo assim já acham bastante. Estranho pensar que ninguém te conhece cem por cento. Essa idéia me é recorrente, talvez porque eu tivesse vontade de que me conhecessem, talvez eu seja melhor na minha totalidade; mas não, acho que a vontade de que não me conheçam é maior. Não pelo quê de mistério, isso é só fantasia, coisa boba, mas pra me guardar mesmo.
Aí eu até entenderia se alguém me perguntasse: "se guardar de quê? o que é que você teme?". Não saberia responder, porque nem eu mesma me decifro por completo. Se guardar pra não correr riscos, pra não cair, pra não se arrepender. Só hipóteses, porque há questões que talvez não devam ser escancaradas. Não agora. Então o que sobra é essa sobra de tempo, essa vida com cara de "subvida", mas eu diria que você não tem bons olhos se pensa assim. O olhar conta muito.
Ontem me disseram seguidas vezes que a única saída é esperar. Mas eu continuo insistindo, procurando uma saída pela tangente. Não. Na verdade eu tenho medo de me resignar tanto a ponto de cair na ignorância, de perder o poder de questionar, de brigar e alucinar. Ora, também se briga e se luta em silêncio, saibam.

domingo, 6 de julho de 2008

"kairós".

Is it too late to tell you that I don't mind?


esse tempo que não pára, fazendo estragos e deixando rastros no caminho... no meu caminho. duas semanas que passarão voando. mas alivia, não é?
descansar. descansa, coração.

terça-feira, 1 de julho de 2008

casa.

aconchego, mais um novo lar:
twitter.com/amanda_leal
conversinhas, fofoquinhas, espirros e trivialidades amandísticas não muito interessantes.

domingo, 29 de junho de 2008

observações da vida alheia.

a verdade é que eu sempre achei meio loser isso de gostar sem ser correspondido. pronto, falei.
uma coisa assim que fica no inconsciente, inconstante e inconsistente.
mas que pra mim, faz todo o sentido.

god bless the freaks.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Painkillers.

Eu tentei. Fracassei brilhantemente. Nenhuma novidade nisso, nenhum alento.
Mas não me peça pra que eu me renda à hipocrisia.



"Dizem que não sirvo pra gostar de ninguém; que não faço nada que não seja pro meu bem.

... eu só digo a quem me pede que eu tenha um bom coração, que me dê uma razão."

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Better hide away.

Nem sei por onde começar. É nessa hora que vejo o tamanho da minha coragem. E coisa que não existe é mensurável? Desde quando?

Perco-me em inícios tomados de demagogia, de dramaticidade. Queria um copo ou dois de qualquer coisa forte, forte e imediatamente relaxante. Queria uma sopa de letrinhas com as combinações certas. Queria a coragem pra dar o primeiro passo.

E onde é que isso vai me levar? Caminho nesse rumo tortuoso e incerto mas não há outro, então que seja. Mas nada de aconteça o que tiver de ser. Coisa mais piegas e sem graça isso de se isentar de tudo e de toda culpa.

Mas e agora o que é que fica? O que é que sobra? Pra onde foi que meus sonhos correram tão precocemente?

Falta de jeito essa, que faz a gente reclamar bem mais do que devia. Essa nossa precariedade em segurar a maçã no escuro, como diria Caio Fernando Abreu.

E se eu te disser que não importa aonde a gente for parar? Importa onde a gente já está, importa mais do que como a gente chegou aqui, e tanto quanto o que faremos desse “agora”, desprovido de senso, de sentido, de linearidade.

Não sei como se começa um pedido de desculpa. Não sei não fazer cerimônia, não me preparar, não querer me inspirar. Sequer sei caminhar até lá e articular palavra, sequer um ‘preciso lhe falar’, um ‘precisamos conversar, sabe?’. Soaria datado, redundante. Ela sabe, sim, ela bem sabe.
Mas ela não quer tentar, ninguém quer ceder. E olha bem quem fala agora, alguma vez na vida cedi? Alguma vez realmente ME deixei de lado? Dei passagem para outrem? Duvido. E não estou me orgulhando ou me envergonhando disso agora. Só serve pra eu mesma ficar embasbacada acerca das minhas tolices. Antes assim do que nada, do que viver na ignorância.


Continuo sem saber como se começa. Assim mesmo, meio perdida, como se perdesse a capacidade de falar, de concatenar palavras e idéias. Talvez tenha perdido.
Me exponho. Me corrompo. Me destruo e me refaço em nó.

domingo, 22 de junho de 2008

impotência:

detesto querer chorar e não conseguir.

sábado, 21 de junho de 2008

declaration.

"you can't refuse. when you got nothing, you got nothing to lose."

terça-feira, 17 de junho de 2008

"tem horas que a gente se pergunta
por que é que não se junta tudo numa coisa só?"

sábado, 14 de junho de 2008

rumo à onde?

é incrível como eu NUNCA estou do lado vencedor.
que que há comigo? e com o mundo?

desisti de tentar entender. pelo menos até a próxima crise, ou até a próxima semana.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Piegas.

me desculpem, mas eu detesto o dia dos namorados.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Lugar-comum, a falta e a unanimidade quase sem utilidade.

Já parou pra pensar no quanto a gente reclama? Da vida, do namorado ou da falta dele, da balança, do tempo, do vestibular, dos professores, dos amigos ou da falta deles, de acordar cedo, do salário, do transporte, da burrice alheia.
É realmente tão necessário assim sermos tão rabugentos?
Falo, porque faço parte desse contexto, sem me orgulhar disso, sou parte dessa grande massa de equívocos, que nem sempre opta pela racionalidade na hora de analisar o mundo que a cerca e incorre aos mesmos erros, mesmos lugares-comuns. A reclamação geralmente é unânime. Os motivos se repetem, e parece que não cansamos deles.

É óbvio que minha hipocrisia não chegaria ao ponto de fazer-me prometer mudanças por aqui, por ali, deixando de lado essa essência reivindicativa, por assim dizer, de insatisfação com o mundo mundano e a vida mundana. Ambição também é importante, não?
Se não concordar, me diga, quais os motivos que te fazem levantar todos os dias? Além dos fisiológicos, e de outros que possam ocultar este, mas duvido que não haja um quê de ambição por trás de tudo e até das menores ações.
Questões moralistas nem entram aqui. É mais algo como uma reflexão pessoal mesmo, talvez sem caráter de mudança, e daí parecerá inútil, mas nunca o é. Alguma coisa aqui dentro e dentro do lado de fora sempre muda, sem chamar a atenção, é dispensável.
Não que eu não queira mudar, mas também não acho necessário mostrar mudanças aos de fora. O que importa é o interno, e é a partir dele que se constitui o externo, importando a quem importar.
Não diria 'então seja o que tiver que ser', porque não me agrada a idéia de se isentar de um posicionamento e deixar tudo nas mãos de alguém ou de forças superiores, que cada um faça o seu 'o que tiver que ser' e coloque em prática o seu teórico [por falta de prática] livre-arbítrio.
Já não consigo imaginar viver sem acreditar nele, o que pode soar estranhíssimo a quem não crê no mesmo, não exerce o seu e nem sabe o que seria 'fazer a sua parte'.
Mas, deixando de julgamentos fora de hora [e quando é hora, afinal?], não tenho bem certeza do que me levou a escrever tanto, de repente, às 5 e muito da tarde, em pleno expediente. Talvez tenha sido uma andada ao sol com um ventinho na cara, balançando o cachecol nesse frio curitibano. Talvez eu tenha feito o que já não se faz mais ultimamente [nem eu mesma], pensar. Verbo dos maiores, cheio de significado e importância. Tenho um sábio mestre de português que diz que "o segredo está no verbo, o verbo é tudo, é o seu melhor amigo", então acreditarei nele mais esta vez, e sigo, pagando pra ver o que acontece.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

words to made a sad song.

Não, eu não estou com borboletas no estômago coisíssima nenhuma e ponto final!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

destampada.

"Dizem por aí que toda panela tem sua tampa.
Então acho que eu sou uma frigideira."

terça-feira, 3 de junho de 2008

nostalgia/ou como me falta criatividade para títulos, num mundo em que tudo precisa ser nomeado e classificado/ou ainda, síndrome de peter pan.

Eu nem vi o tempo passar. Não me vi mudar completamente. Não sei pra onde olhava que não via.
Só sei que de repente estou aqui, indo para [de novo] não sei onde, com a sensação de tempo perdido, desperdiçado e despedaçado. Reconheço-me em fotografias antigas, pelo sorriso, um pouco pelos olhos. E pela companheira de toda essa curta jornada: a música. O resto só fui mesmo descobrir mais tarde. Vejo-me sorrindo a ouvir qualquer coisa naqueles antigüíssimos aparelhos de rádio, fitas, walkmens quaisquer; músicas quaisquer. O que importa é reconhecer a melhor amiga de todas, de sempre, o sorriso que me colocava nos lábios corados, o brilho que impunha aos meus olhos, que se entregavam, frágeis. As mãozinhas que tudo queriam tocar, o mundo conhecer, com a ânsia e a voracidade da infância, e aquela pressa que nem se deixava perceber, uma urgência, que, pelo contrário, fazia tudo parecer devagar, lento demais para meus tempos de menina, que corriam-me pelas mãos e eu não via. Sequer me importava.
Males do mundo moderno, talvez. E agora que já não me resta opção, não quero crescer.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

aspas.

Eu sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode me chamar de hipotenusa.

datando de algum dia da semana que se foi, devaneios e chateações:/ou parafernália e hipocrisia:

Devaneios, pedidos de desculpa não realizados, filmes não vistos.
É verdade, não sei me desculpar, na maioria das vezes. E não sei ao certo porque comento isso agora, sendo que não estou devendo a ninguém.

"Guarde um sonho bom pra mim..."
Músicas conseguem desempenhar brilhantemente a função de melhores amigas, companheiras. Mesmo quando ninguém mais quer estar com você, ou quando ninguém percebe.
Filmes conseguem facilmente ocupar o lugar de melhores amigos, por mais bizarro e solitário que isso possa parecer.


Quem é que não enxerga aqui? Será eu, ou você que não percebe?

domingo, 25 de maio de 2008

“A paz me amedronta. Temo a paz acima de tudo. Parece apenas uma aparência que oculta o inferno. Penso o que verão, amanhã, meus filhos. Dizem que o mundo será maravilhoso. Mas como, se basta um telefona anunciando o fim de tudo. Deveríamos nos libertar de paixões e sentimentos... na harmonia da obra de arte realizada. Naquela ordem encantada. Conseguiríamos nos amar tanto... e vivermos soltos além do tempo.”


La Dolce Vita, Federico Fellini.

sábado, 24 de maio de 2008

all night, all right.

quero e preciso me adaptar a esse estado de solidão-obrigatória-egoísta-construtiva.
não pergunte-me como.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

no love. no glory. no hero in her sky.

"the point is that there ain't no romance around here."

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Veja bem, meu bem...

...estou sim te sabotando, pois é, pois é.

sábado, 17 de maio de 2008

my house is on fire, burning to the sky.

love sick.

se tio Dylan diz, eu acredito.

"sei que tudo vai ficar bem...

...só não sei, se vou ficar também."

é um porre ouvir lamentações.
um saco mesmo.
dispenso.

portanto, perdoem qualquer coisa do gênero.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

hipocrisia e devaneios.

E acabou-se a mamata.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

brega², parte 2.

Um dia alguém vai cantar pra mim, ou pelo menos vai me dizer essas músicas ou depoimentos e toda essa parafernália super gay e sacarina escorrendo das orelhas; cantar Smiths e 'Meu Esquema' do Mundo Livre S/A e todas as músicas vão fazer um puta sentido, as fossas não serão iguais, o arco-íris não será igual, o amanhecer não será igual, o gosto do café não será igual.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

brega.

"Love's the greatest thing that we have, i'm waiting for that feeling, waiting for that feeling to come."



Damon Albarn is god.


quinta-feira, 1 de maio de 2008

Clinging to not getting sentimental. parte 2.

Odeio casais.

Clinging to not getting sentimental.

Estou mesmo precisando de colo.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Continuando nesse espírito de autoconhecimento /ou 'sou uma alma perdida',

é bem verdade que tenho tendências cruéis quando se trata de minhas vontade, ou do não cumprimento das mesmas. Tendências vingativas, irônicas, cínicas, desprezíveis.
Não é de se orgulhar, claro. Mas não mexam com nossa autoridade, não nos deixem desapontados. É mais ou menos essa a lógica, o caminho menos danoso a seguir.
É a brincadeira do "não me contrarie".
Me torno pior ainda, perco de vista meu lado bom, minhas virtudes, sejam elas quais forem. Mas não a racionalidade, esta se esconde, mas há de existir se manifestando timidamente, quase rastejando, me segurando na hora das explosões e dos abismos.
Tudo muito constante, turvo, denso.

Ou é só uma fase, ou acostume-se, que a tendência é piorar.

domingo, 27 de abril de 2008

egoísmo e oportunismo.

acho que sou um pouco assim mesmo, de usar e jogar fora depois de um tempo, depois de todo aquele oportunismo.
não sempre, não quando tenho sentimentos favoráveis e dignos, os quais gosto de manter... mas às vezes pronuncia-se quase como um vício.
e aí me vejo constrangida e até decepcionada quando me sinto de lado, quase vítima disso, invisível. e se não fosse o quase...
é de novo, a questão de olhar somente para o próprio umbigo. egoísmo absurdo.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

"pare de sonhar com estrelas distantes."

"'OH MY GOD, AM I HERE ALL ALONE?'
BUT SOMETHING IS HAPPENING HERE, AND YOU DON'T KNOW WHAT IT IS."

surtei.


um dia alguém disse que Bob Dylan é Deus. quem sou eu pra dizer o contrário?

sábado, 12 de abril de 2008

"E tropeçou no céu como se ouvisse música..."

Será que todas as mulheres, pelo menos uma vez na vida, sonham com o Chico Buarque? Será impressão minha? Se não, coitadas das que não passarem por isso.

E que privilégio!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Everybody's got a heart to sink.

Enamorar-se de si através do outro e dizer não para evitar a dor? Qual nada!


Adorei, Alisson.
Sim, a carapuça serviu.
E percebo nisso também um quê de auto-sabotagem.


terça-feira, 8 de abril de 2008

26/03/08.

Não adianta. Ninguém consegue conhecer minhas razões por inteiro. Ver-me por completo. Entender, tampouco. Compreensão não é exatamente o que eu peço.

Mas talvez fosse útil, fizesse com que pessoas vissem o quão erram todo o tempo, e quão parecem ridículas e quão se enganam e quão são cegas.

Ignorância é uma bênção, nós sabemos. A bênção de não ver. De se fazer cego quando se quer. No meu caso, ela se disfarça de maldição e domina os que deveriam ver tudo, conhecer-me por quase inteira, quase desvendar-me. Não posso dizer que me sinta culpada afirmando que, com certeza, que isso é absolutamente impossível. Não sou um mistério. Mas não encontro olhos bons o suficiente.

Hoje rejeitaram meu sarcasmo, minha ironia. Disseram que não cabem aqui.

Eu digo que cabem em qualquer lugar. É inerente a mim. Algo que se desenvolve com o passar do tempo, com experiências amargas, com venenos e com as doces também. Algo que você vai cortejando, tomando para si, gostando, cuidando, vendo crescer. Não me importo, porque não me faz mal. Me faz sentir mais viva e menos perdida nesse mundo de mortos-vivos fingindo vender saúde, mas que só fazem vender suas almas como num leilão.

Não falo sobre amor. Não sei falar.




Perdoem a falta de jeito. E o mau-humor também. Aquele foi apenas um dia ruim.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

melhor coisa do dia:

ouvir Dylan no fone de ouvido. o Blood on the Tracks consegue soar mais genial ainda.



uma das melhores coisas de todas as coisas: tomar café de manhã cedinho, lá pelas seis e meia, vendo o vídeo de "All My Friends" do LCD Soundsystem.
*-*

terça-feira, 1 de abril de 2008

O lado negro da imaginação.

Não dêem corda.
Não me coloquem on.
Não puxem a cordinha da minha imaginação, por favor. Efeitos colaterais graves.

Merda.
Aviso aos não-navegantes de lugar nenhum.


Não estou mal humorada não, é só uma questão de manter o bom hábito de conversar consigo mesma, comigo mesma.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Considerações:

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10.

Agora é assim. Contando até 10. Várias vezes por dia. Senão, você explode. Ou explode alguém.

1º) Não larguem objetos perigosos, explosivos, whatever, que possam ser usados para fins agressivos nas minhas mãos. Aviso.

2º) "Bem-vinda de volta." Preferia não ter que voltar.

3º) "No one knows her name, but they see her youth and use her.
She's feeling free and everything she sees is truth.
She’s seventeen, she’s got everything she needs to lose."



She's seventeen, she's got everything she needs to lose.

quinta-feira, 13 de março de 2008

raindrops keep falling on my head [?]

feliz fingida.
e o sorriso feliz fingido.
não perca o próximo capítulo.

sábado, 8 de março de 2008

.

o que acontece quando você se sente um pontinho?
um pontinho o tempo todo.
e então?

inútil e irritante: nada mais que uma verdade óbvia

A verdade é que não sabemos lidar com a solidão.

quarta-feira, 5 de março de 2008

divagações de rua.

Torno-me desinteressante com o tempo.
Não que de início eu seja interessante, mas devo passar uma impressão melhor. Tic tac, e eu canso. Os outros e a mim.
Depois de alguns dias, ou com um punhado de sorte, semanas. Não afirmo que todo mundo seja assim. Há pessoas que por mais defeitos que tenham, não conseguimos detestar, e sempre se mantém 'intocadas', com seu encanto próprio, e este pode variar muito.

Não é uma divagação autopiedosa, porque não estou numa fase assim, lamuriosa e cheia de um tal existencialismo melancólico.
Aliás, percebi que detesto auto-piedade. Tanto a alheia, quanto a minha, que vai dando adeus, sem data de retorno.
Isso, depois de muito irritar os outros com toda essa besteira. Agora, tento manter apenas a realidade que consigo captar, e não se trata mais de 'pena própria', 'auto-piedade', ou quaisquer sinônimos que se possa encontrar.

[Pensado ontem, enquanto caminhava para o trabalho, ao som de Smiths, Afghan Whigs, Wilco, Voxtrot].

Enfim, estava sentindo falta de falar com amigos imaginários, escrever pras paredes, fingir que ninguém me ouve, me decifra, escrever e escrever e escrever tudo o que vem à cabeça, nos intervalos em que não estou com a mente nos livros. Por falar nisso, preciso de um cérebro adicional. Algum por aí?

sábado, 1 de março de 2008

palavra-chave do dia: vulnerabilidade.

Não consigo parar de ouvir música.
Quando eu ouço muito, sem interrupções, me distraio e não penso no alheio, no além, no afora.

Vamos ver, até onde isso consegue ir.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

desejos do inconsciente amandístico.

Acho que tenho vontade de fugir com o circo e virar palhaça [sem trocadilhos ok], de verdade.
De pintar o rosto e tudo, alternar sorrisos escancarados e lágrimas cuidadosamente choradas pela tinta, ou o que for.
Fazer as pessoas rir, ou distribuir balinhas, ou encantar crianças.
Ou simplesmente vestir uma fantasia e não ter vergonha de nada.
Sonho, não? Deve ser melhor do que parece.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

alcalótica

Não destenho, não faço, não aconteço.
Não sei ver horas, interpretar ironias e esquecer fracassos.
Não sei olhar nos olhos, não sei sorrir sem parecer tola, não sei encantar.
Não sei deixar de mentir, não sei colorir.
Quando a mentira é a minha mais fiel e velha companheira. Desculpas não muito sinceras aos defensores da verdade.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

nostalgia vermelha e a minha falta de criatividade para títulos

Quando pequena, acho que pintava as unhas de vermelho de brincadeirinha, de vez em quando, ou tinha vontade, não lembro ao certo. Queria ser uma mulherzinha, ou pelo menos uma partezinha queria. Hoje eu “continuo” pintando, e não sou uma mulherzinha. Continuo apenas sendo aquela criança que pinta as unhas de vermelho, mas agora, sem motivos especiais.

De lá pra cá, só dispensei o batom vermelho, dos meus cinco ou seis anos.
Troquei o batom vermelho daqueles tempos por uma nostalgia delicada, quase obrigatória, e irresistível.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

monólogo [?]

está bem, vou postar só porque você se dá ao trabalho de ver se tem algo de novo por aqui.
novo, porém nada interessante.

sweeney todd amanhã, 'meus amigos', sangue negro [título poco cretino] semana que vem...
se eu não resolver ir passar o fim de semana em algum parque estadual, enfim.
e assim vamos, até o fim das férias.

a propósito: não gosto de falar com as paredes, não as daqui, só fisicamente.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

no passado

era segredo. era.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

inutilidade amandística [?]

Amanda diz:
qualquer dia me afogo rindo.
Al diz:
o beto carrero nem sabia, mas ouvi um pastor na rua anunciando
Amanda diz:
bah, vou postar isso e consolidar minha inutilidade amandística.
Amanda diz:
HAHAHAHA, um pastor? céééus.


[inútil potência máxima mode on/]

consolidei. logo, receberão notícias sobre meu afogamento.
como diria o mestre, além de rir ser o melhor remédio... é sempre melhor morrer rindo.
haha, ok, é brincadeira, ainda nem comecei, não quero ir embora.

[/inútil potência máxima mode off]

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

considerações [?]

não sei falar ao telefone.

e eu sei que já andei falando sobre berlin ser a melhor fuck music do ano passado.
e daí? e daí que é obrigatório!
umazinha? escute berlin, black rebel motorcycle club. conselho de quem não entende do assunto.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

the joker is dead.

centésima vez que eu falo isso.
e deve ser um sinal, então, eu tenho mais uma desculpa pra comprar o boneco do coringa. em memória de heath ledger.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

the joker

puta merda. vi um boneco do coringa, é, aquele do batman [pois é]. liiindo, no shopping.
e agora quero muito. platonicamente.
se alguém tiver 50 mangos sobrando... cof
e se alguém quiser me adotar também, estamos aceitando. ok, ignorem isso.

sem nada.

minha mãe vive dizendo que não tenho coração.
talvez ela tenha razão.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

obs:

só pra constar, que esse blog é segredo.
falem baixo.

domingo, 13 de janeiro de 2008

monólogo.


Encontrei-o entre vírgulas quase sem saber, sem perceber ou poder notar, mas assim fez-se necessária sua presença constante e escondida, em que eu já contemplava sua existência.
Rostos desconhecidos tão comuns que me parecem íntimos e cotidianos fazendo parte deste tempo apressado que não pede licença para nos roubar a decência e talvez decadência do amor.

Levar um sopro de desilusão até todos que ainda acreditam em algo profano, que nos arrasta para esse poço de sonhos esquecidos e nos faz apodrecer lá, por entre os detritos de nossos espíritos pobres e abandonados.


terça-feira, 8 de janeiro de 2008

farsa qualquer.

E então, eu tenho e mantenho essa farsa dentro de mim. Para pouco a pouco descobri-la, e muito mais odiá-la do que amá-la e despir-me de todas as antigas crenças, falsas e corrompidas. Todo o modismo, o surto, a loucura, a complexidade e a insensatez que já não podem mais me acompanhar pelas ruelas sujas e vazias, que antes me pareciam um pedaço de qualquer paraíso.

E o mais simples se torna complicado, o preto se torna branco e tudo dá lugar a uma confusão imensa que engole o passado, mas não o deixa esquecer por não sobreviver sem ele, apenas o absorve e torna parte de si. Sem garantias de que os erros não se repetirão, não serão os mesmos, colossais e insanos.