domingo, 24 de agosto de 2008

Retrato do artista quando jovem

"Não servirei aquilo em que não acredito mais, chame-se isso o meu lar, a minha pátria ou a minha Igreja; e vou tentar exprimir-me por algum modo de vida ou de arte tão livremente quanto possa, e de modo tão completo quanto possa, empregando para a minha defesa apenas as armas que eu me permito usar: silêncio, exílio e sutileza."

sábado, 2 de agosto de 2008

lisérgico.

[01/08]
Parece mais complicado e estúpido do que realmente é. Pra mim, pelo menos, e é o que importa, já que é comigo, eu sinto, eu [não faço], eu destenho; e outros inúmeros eus que se fazem presentes por aí. Prefiro ver como sendo apenas um ângulo, um ponto de vista entre tantos. Mas há questões pessoais, intransferíveis.

Essa coisa das minhas paixões platônicas e efêmeras é uma delas. Que é isso de gostar de uma pessoa durante um dia inteiro, ou dez, quinze segundos, e no dia seguinte de outra, e no dia seguinte só gostar de si mesma? Seria assim tão intransferível a ponto de só acontecer comigo? Parece demais pra uma pessoa só, eu sei.
Mas acontece o tempo todo, não posso ignorar como se não fosse recorrente. Talvez nem seja muito importante, mas não posso ignorar o que me é recorrente. Como eu não sei falar de amor, deixo esse assunto de lado, vivo minhas amandices platônicas por pessoas diferentes a cada dia, e me mantenho cada vez mais instável.
Essas minhas taras, loucuras, psicoses, tiques, manias, vontades, meu absurdos particulares... E pra ser sincera, nada disso leva a lugar algum. Até agora, e digamos que o agora não se muda assim, tão fácil.
Já cansei de dizer por aí o que acho disso de falar muito sobre passado e futuro, planejar e esquecer de viver o tal presente. O tal. Aí é que está, eu falo mais pra mim mesma, porque não teria grande credibilidade pra dizer aos outros. Viver por intermédio da tecnologia, em frente à computadores e filosofias de meio-fio bloguístico é ridículo, convenhamos. Até aí, nenhum progresso. Continuo no mesmo lugar, criticando minhas próprias e conscientes ações, sem discordar cem por cento delas, mas ainda assim. Por que eu teria alguma "moral" pra falar disso, estando confortavelmente [nem tanto, esse escritório é frio e sonolento] prostrada em frente a uma tela? Eu também estou deixando de viver, de ler mais, de conhecer, de estudar e quem sabe crescer, buscando razões que talvez nem precisem ser explicadas, buscando entender coisas que não precisam fazer sentido. E para quê? Isso nunca vai parar, ainda bem; o que somos sem questionamento e dúvida? Já falei sobre a essenciabilidade da dúvida? Devo ter falado sim [presença constante da palavra essenciabilidade (descobri que o certo seria essencialidade, mas gosto mais de essenciabilidade) por aqui, mas não é à toa, creia].


devaneios do dia seguinte: hoje. o presente que já não existe mais.

Por que tanto tenho pensado na proximidade do meu aniversário? Não é algo importante assim, não tanto. Não há grandes festejos, não há liberdades a mais. Números e apenas isso. Um dia a menos. Talvez seja reconfortante pensar que ano que vem sim, fará diferença um dia a mais, um número a mais, mas não me obrigo a acreditar em mudanças radicais; o tombo pode ser maior, bem maior.

Não vou ficar esperando por mudanças. Esperar não é o caminho. E ninguém nos ensina o caminho, não é, caio?