segunda-feira, 23 de junho de 2008

Better hide away.

Nem sei por onde começar. É nessa hora que vejo o tamanho da minha coragem. E coisa que não existe é mensurável? Desde quando?

Perco-me em inícios tomados de demagogia, de dramaticidade. Queria um copo ou dois de qualquer coisa forte, forte e imediatamente relaxante. Queria uma sopa de letrinhas com as combinações certas. Queria a coragem pra dar o primeiro passo.

E onde é que isso vai me levar? Caminho nesse rumo tortuoso e incerto mas não há outro, então que seja. Mas nada de aconteça o que tiver de ser. Coisa mais piegas e sem graça isso de se isentar de tudo e de toda culpa.

Mas e agora o que é que fica? O que é que sobra? Pra onde foi que meus sonhos correram tão precocemente?

Falta de jeito essa, que faz a gente reclamar bem mais do que devia. Essa nossa precariedade em segurar a maçã no escuro, como diria Caio Fernando Abreu.

E se eu te disser que não importa aonde a gente for parar? Importa onde a gente já está, importa mais do que como a gente chegou aqui, e tanto quanto o que faremos desse “agora”, desprovido de senso, de sentido, de linearidade.

Não sei como se começa um pedido de desculpa. Não sei não fazer cerimônia, não me preparar, não querer me inspirar. Sequer sei caminhar até lá e articular palavra, sequer um ‘preciso lhe falar’, um ‘precisamos conversar, sabe?’. Soaria datado, redundante. Ela sabe, sim, ela bem sabe.
Mas ela não quer tentar, ninguém quer ceder. E olha bem quem fala agora, alguma vez na vida cedi? Alguma vez realmente ME deixei de lado? Dei passagem para outrem? Duvido. E não estou me orgulhando ou me envergonhando disso agora. Só serve pra eu mesma ficar embasbacada acerca das minhas tolices. Antes assim do que nada, do que viver na ignorância.


Continuo sem saber como se começa. Assim mesmo, meio perdida, como se perdesse a capacidade de falar, de concatenar palavras e idéias. Talvez tenha perdido.
Me exponho. Me corrompo. Me destruo e me refaço em nó.

Um comentário:

helena disse...

começar é o mais difícil, ami.
mas devemos...superação, sempre.
e você escreve super bem, mano, me divirto.
alias, esse não é um post divertido, mas eu adoro ler o que você escreve.