domingo, 10 de maio de 2009

Nãos, excessos e duas xícaras de café.

Há muitas coisas que eu gostaria de lembrar; tantas outras que gostaria de esquecer, as quais acabo acidentalmente lembrando quando penso em esquecê-las. O que é engraçado é que quase não vivi e já quero pôr lembranças de lado.
Por vezes me incomoda a repetição de estar sempre dizendo que ainda não comecei a viver. Meu receio é passar a vida inteira a dizê-lo estupidamente e não ter vivido realmente. Não viver por falar demais, e falar coisas sem sentido ou importância, como provavelmente estou fazendo agora.
Não me agrada a perspectiva de passar a vida toda a dizer monólogos em frente ao espelho, criar rugas e cicatrizes sem ter do que me orgulhar, sem ter grandes histórias pra contar.
Não quero sentir o peso dos 40 anos aos 18, não quero inverter ordens naturais de processos naturais. Mas e quando se sente em crise de meia idade sem ter meia idade?
É alarmante e frequentemente incômodo. Não gosto de canalizar sensações que ainda não deveriam me pertencer. Não falem em males do mundo moderno, não falem em colocar burros em frente à carroça.
Me falem apenas de outra atmosfera, de outros encantos, de outras emoções, pois cansei de dançar e falar e gritar sozinha no escuro.