quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Falling apart.

Reconhecer fins e inícios. Não sei.
Não que prefira me perder nas latências do tempo. É mais falta de tato do que o tempo a enganar-me.
É pena quase não poder ficar no sítio onde as mãos se dão.
Quase perdi.
Ou estou a perder. Deixaram-me no escuro e agora procuro interruptores, luzes, abajures, quaisquer escapes. Não encontro, estou em terrenos alheios, pisando em ovos, em delicados e cortantes vidros e ainda deixam-me no escuro. 
O que dói, ainda que se mostre em forma de sorriso e lágrimas de sono dissimuladas, é mais a dúvida do que os fatos. É não saber quais são os fatos, o que nos permeia, o que dizer para que tudo não mais se perca. Talvez eu ache que qualquer vidrinho de superbonder consertará os nossos estragos, quebramos e depois voltaremos à forma, ainda que com pequenas fissuras e trincas, internas, maquiadas. Não. Não somos irreparáveis mas também não facilmente consertáveis. Como achar todos os infinitos e infinitesimais pedacinhos em que caímos e quebramos? 
Se me dizes que a saída é largar tudo assim, pelo chão, despedaçados e destroçados (como estou, estamos, estais), desisto. Há ainda a possibilidade, grande risco, de uma nova tentativa. Poderia-se criar um novo, ainda que alguns fragmentos se percam, a partir de uma desordem, um completo caos. Uma nova (des)ordem para nossas catarses. 

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