quarta-feira, 24 de março de 2010

Uma falta, uma lacuna. (o afeto)

O meu radinho canta: don't let the darkness eat you up.
Eu tento. 
O tempo todo eu tento fugir de uma escuridão muda, que me atravessa, por dentro. Por dentro, você leu bem. Então não há fuga possível a menos que me revire do avesso (ainda mais). 
E com o tempo, e as minhas tentativas falhas, compreendi que não existe reciprocidade. O que existem são espelhos e ilusões. E pode ser que esses espelhos durem tempo bastante para deixarem boas lembranças e um sorriso, ou, uma cicatriz. 
Exemplo: enamorar-se de si mesmo através do outro. Parafraseando meu querido Alisson Gebrim. E acho, nesse exato momento de agora, que esse é o melhor exemplo para ilustrar minhas tontas palavras. O que gostamos, amamos, procuramos, é ver no amor do outro (um outro, que acreditamos estar a nossa altura, senão, nada feito), o reflexo do nosso melhor, do porque somos amados. Egocentrismo?

Mas cansei de falar de desamor, esse não é meu foco agora (sempre é, mas estou cansada). Prefiro falar de algo que doa menos e me deixe escrever como quem entende o que fala e o faz sem embargar a voz, pigarrear, gaguejar. 
Percebi, depois de tanto murro em ponta de faca, que procurar a razão dos meus fracassos não irá solucioná-los, apenas criará planos objetivos (que sempre serão subjetivíssimos) e metafóricos na minha cabeça caótica. É só a ilusão do entender, através de uma desconstrução besta. Desconstrução não é compreensão. É tudo barulho, bagunça. Entender não é entender de fato. Vou ter que repetir, porque faz tempo que não uso essa frase: não há verdade absoluta e quem procura não acha.
Não existem provas cabais e últimos suspiros, é tudo ciclo, cadeia alimentar, decadência e disfarces, maquiagens efêmeras pra esconder os nossos profundos vincos, do nosso profundo e eterno desentender.
Não sei ser simples, enquanto todo o resto é simples mas me impõe complexidade. Isso é o que me mata um pouquinho toda vez que penso nas nossas impossibilidades.

Sinto que tento justificar o injustificável para que o sonho seja mais paupável, menos real e mais consistente. Quero senti-lo mais tempo, antes que me escape e (se) parta.
BANG!
(game over)

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