terça-feira, 9 de março de 2010

Two cups of hoping somehow.

Sinceramente, não sei. Tudo bem, você não me pediu nada, não me questionou. Mas eu te digo, clara, limpa, de mãos livres e rosto sereno, que eu não sei. Que talvez tenha parado de procurar respostas de forma contundente, quase sôfrega, como antes. É que sinto que me tornei escassa e incapaz de pedir (e entender) essas respostas. Tê-las apenas pelo sentido de posse não fará sentido e penso que apenas me deixará no escuro. E escuro já tenho bastante, me basta, você (sabe). Eis o ponto. Você sabe mais do que deve, mais do que todos esses silêncios e essas redundâncias que insisto em espalhar pelos cantos, pelo chão. Assim, ao menos sei no que pisar. Ando cansada desses caminhos alheios, terrenos perigosos, estar pisando em ovos, em pequenos cristais. Cansada dessas pequenas ruas, ladeiras, subidas e descidas intermináveis, que já não me parecem tão graciosas e levemente ensolaradas. Não sei lidar com esses máximos, ápices de neutralidade, solidão e até mesmo apatia.

Não, não, agora sim, eis o ponto: dos meus medos. A apatia. Receio desde que me conheço por pessoa-gente-alma-&-cérebro
(interrogação) cair no poço da apatia. Repetição: tornar-me anestesiada com o tempo, a vida, as pessoas, esses ciclos sem fim, tudo sempre meio igual, meio parecido, meio fadado ao fracasso mas com cara de que dessa vez vai ser diferente, mas não. Constatação, não reclamação. O que eu quero é conseguir caminhar consciente dos meus passos e não simplesmente no ON eterno, mecanizada e insípida. Mesmo que tudo não passe de um ciclo eterno, inútil, mesmo que os livros sejam todos iguais, as entrelinhas vazias e os amores escassos. As ilusões vem e vão e esse é o ciclo primário, ao que parece. Mas eu não quero me perder no meio de tanto caos cotidiano camuflado de vida-normal-comercial-de-margarina. Se é pra existir um caos, que seja invenção minha, feio com as minhas mãos, entranhas e palavras, e que seja cônscio de si mesmo sem cair na própria loucura. 
Tudo isso pra dizer que eu vou tentar de novo e de novo e que prefiro esse eterno murro em ponta de faca à essa apatia condensada, cheirando a naftalina. I still want to work it out.

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