Engraçado. Eu ainda tenho aquela vergonhazinha desse blog. Ainda acho que me exponho demais e me sinto assim, meio nua quando me lêem. Talvez eu pudesse dizer que metade de mim, do que tenho por dentro, está aqui. A outra metade, parte é mais obscura, a qual escondo até de mim mesma, sem coragem de olhar, tampouco de externar; o resto, bem, o resto é o que todo mundo consegue ver, o superficial, talvez o menos importante mas que é o que fica aos olhos alheios.
E é estranho se ver assim, pensar que quase ninguém te conhece bem, que as pessoas apenas tem uma idéia de você e mesmo assim já acham bastante. Estranho pensar que ninguém te conhece cem por cento. Essa idéia me é recorrente, talvez porque eu tivesse vontade de que me conhecessem, talvez eu seja melhor na minha totalidade; mas não, acho que a vontade de que não me conheçam é maior. Não pelo quê de mistério, isso é só fantasia, coisa boba, mas pra me guardar mesmo.
Aí eu até entenderia se alguém me perguntasse: "se guardar de quê? o que é que você teme?". Não saberia responder, porque nem eu mesma me decifro por completo. Se guardar pra não correr riscos, pra não cair, pra não se arrepender. Só hipóteses, porque há questões que talvez não devam ser escancaradas. Não agora. Então o que sobra é essa sobra de tempo, essa vida com cara de "subvida", mas eu diria que você não tem bons olhos se pensa assim. O olhar conta muito.
Ontem me disseram seguidas vezes que a única saída é esperar. Mas eu continuo insistindo, procurando uma saída pela tangente. Não. Na verdade eu tenho medo de me resignar tanto a ponto de cair na ignorância, de perder o poder de questionar, de brigar e alucinar. Ora, também se briga e se luta em silêncio, saibam.
Num outro lugar
Há 7 meses
Um comentário:
eu já não acho estranho que não me conheçam cem por cento, talvez eu tenha acostumado já.
e também não sei o motivo de não me abrir, mas algum dia, sei lá, alguém me conhecerá por completo... nunca se sabe.
Eu que disse pra você esperar, beesha, mas não caia no ócio, lutar faz bem, questionar (como dizia sócrates) é melhor ainda.
As brigas em silêncio podem ser as mais cruéis, ma'an...
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